Wednesday, June 29, 2011

É quando vem um sopro - de vida, de vontade, de força - que eu caio. Quero vento na cara todo dia. Vem, venta em mim.

Wednesday, March 23, 2011

Tu

Tu-tu, fez a bateria
Tu-tu-tu, fez meu coração
Tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu, fez o telefone
Acabou o carnaval.

Thursday, October 14, 2010

Virar a página

É fácil virar aquela página velha, o difícil é não voltar a mesma página para dar uma espiada nela. Para olhar umas anotações de caneta já borradas pelas lágrimas de quando você mudou de página pela primeira vez. Ou ver aqueles desenhos que vocês fizeram juntos e tinham tanta graça quando aquela página foi começada. Lembra de como ela era branquinha? De como cada rabisco de caneta tinha uma graça especial?
De verdade, era para essa página ser só mais uma entre todas as outras riscadas, remendadas, em branco. O grande problema foi que decidi, entre uma volta e outra, arrancar a maldita (hoje maldita) página. Rasguei, mas não amassei e joguei fora. Big mistake, huge.
A página ganhou vida própria! Virou um aviãozinho (daqueles do menino chato da escola) que ronda a minha cabeça vez ou outra. Ele é rápido, dá poucos rasantes, mas, quando eu consigo pegá-lo, ai... Desfaço o origami e posso ler tudo que está escrito lá. Os traços de amor, os rabiscos de ódio.
Daí choro, faço um barquinho bem vagabundo e jogo na correnteza do rio, na esperança de que ele nunca mais volte. Fiz isso uma vez e quase deu certo. Bom, teria dado certo se eu não tivesse nadado contra a correnteza pra pegar o barquinho. Consegui, só que, desta última vez, por causa da água, ele começou a se desmanchar. Meu papel quase não sobreviveu a essa última jornada.
Agora ele está aqui na minha mão, eu dobro, desdobro bem devagar para ele não rasgar de uma vez. Mas não consigo dar forma de nada para ele. Avião, barco, balão, pipa, nada. Talvez, se você estivesse aqui para me ajudar, esse pedaço de papel (do nosso papel) virasse algo novo, quem sabe um daqueles passarinhos de dobradura que eu sempre esqueço o nome.
Mas você não quer mais nada com esse papel velho. No seu diário, essa página já foi virada.

Saturday, July 03, 2010

Tuesday, December 22, 2009

Irreplaceable


O mundo pop me dá sono. Às vezes. A gente fica escravo da Madonna e ouvindo CD do Michael Jackson para lembrar de coisa boa. But... Yeah there is a "but" (no double t here, ok?). Comprei o show da Beyoncé em Las Vegas: "I am...
a)... Sacha Fierce
b)... uma forrozeira que escreveu "Ego"
c)... a single ladie?
d)... a great performer
Quem respondeu D acertou. Num show que ela mesma chamou de mais intimista, Beyoncé flerta safadinha com a plateia, dança e balança ao vento como ninguém e, principalmente, canta. A versão de Irreplaceable, ainda que cantada numa voz de resfriado, é a melhor de todas. Amei a nova roupagem de Crazy in Love, o trecho de Sweet Love (da Anita Baker) e o medley do Destiny's Child. Rihanna/Lady Gaga, can you handle it?
Para assistir Irreplaceable em Vegas..http://www.youtube.com/watch?v=J94CQPK6CXA
Para assistir a versão original de Sweet Love http://www.youtube.com/watch?v=AKoKpYsTz9c

Monday, October 12, 2009

O zoológico de Tennessee


Amo Tennessee Williams e, mesmo tendo aquele medo de digitar o nome dele errado, sempre indico tudo que consumi dele para quem perguntar. Os poucos livros lançados no Brasil (Um Bonde Chamado DEsejo, um livro de contos e outro de um casal gay que está lá na prateleira e eu não vou até lá agora). Seu forte são as peças. Relizadas na década de 50, com o elenco dourado da velha Hollywood, as adaptações de suas peças para o cinema não são menos que incríveis. O próprio Bonde, com Vivien Leigh e Marlon, De Repente no Último Verão, com Liz Taylor e Kath Hepburn, ou Gata em Teto de Zinco Quente, com Taylor e Newman. Todas impecáveis, com seus personagens perturbados e à margem da realidade. Neste domingo descobri uma nova obra de TW (Can I call you TW, dear?): The Glass Menagerie. Foi a obra que, considerada a mais autobiográfica de todas, o tornou hit no teatro americano. Teve duas adaptações para o cinema, não achei nenhuma: em 1950, com Kirk Douglas e em 1987, com direção de Paul Newmann, estrelado por John Malkovich e Joanne Woodward, mulher de Paul e primeira pessoa a ter uma estrela na calçada da fama (Não foi a Bette Davis).
A peça conta a história de Amanda, uma mulher abandonada pelo marido, com dois filhos: Tom (um frustrado escritor que trabalha num depósito para sustentar a casa) e Laura (uma guria aleijada e introspectiva que tem a tal coleção de animais de vidro). Amanda é tão dominadora quanto a mãe de TW, lembra muito a Violet de De repente no último verão, e sufoca Tom (alter ego) de TW. E a pequena Laura está ali, no meio deste duelo, vivendo em seu zoológico de vidro.
Vi uma adaptação ontem com Cassia Kiss, a mulher que matou Odete Roitmann, no teatro. E, num personagem bom, ela entrou para a galeria de atrizes que escondem seu potencial na tela da globo. O espetáculo, chamado Zoológico de Vidro, fica mais um mês no Rio. Vale a pena ver e o restante do elenco é afiadíssimo. E a trilha é incrível. E a iluminação melhor ainda. E eu adorei
PS: A peça foi muitas vezes adaptada no Brasil com o título À Margem da Vida

Sunday, September 27, 2009

É culpa da Meg


Um almoço especial me deu vontade de escrever neste blog de novo. Foi um encontro com a autora americana Meg Cabot. Alta, ruiva e engraçada, Meg foi simpática e ainda disse que amava a minha revista favorita: Entertainment Weekly. Meg e EW têm tudo a ver: não têm medo de se divertir, são inteligentes sem serem presunçosas e tem uma leve pitada gay (eu vi, eu senti, eu notei). Fiquei viciado no blog da Meg (dicas de livro, críticas de filme e um finíssimo humor autodepreciativo que eu amo), leia você também: http://www.megcabot.com/diary/

BTW, se você não trabalha na CAPRICHO, Meg Cabot é autora da série Diário da Princesa, vendeu 15 milhões de livros pelo mundo (800 mil aqui no Brasil). Ah, ela é apaixonada por Clarice Lispector, fala isso em um post de seu blog. Dá pra não gostar dela?