Tuesday, December 22, 2009

Irreplaceable


O mundo pop me dá sono. Às vezes. A gente fica escravo da Madonna e ouvindo CD do Michael Jackson para lembrar de coisa boa. But... Yeah there is a "but" (no double t here, ok?). Comprei o show da Beyoncé em Las Vegas: "I am...
a)... Sacha Fierce
b)... uma forrozeira que escreveu "Ego"
c)... a single ladie?
d)... a great performer
Quem respondeu D acertou. Num show que ela mesma chamou de mais intimista, Beyoncé flerta safadinha com a plateia, dança e balança ao vento como ninguém e, principalmente, canta. A versão de Irreplaceable, ainda que cantada numa voz de resfriado, é a melhor de todas. Amei a nova roupagem de Crazy in Love, o trecho de Sweet Love (da Anita Baker) e o medley do Destiny's Child. Rihanna/Lady Gaga, can you handle it?
Para assistir Irreplaceable em Vegas..http://www.youtube.com/watch?v=J94CQPK6CXA
Para assistir a versão original de Sweet Love http://www.youtube.com/watch?v=AKoKpYsTz9c

Monday, October 12, 2009

O zoológico de Tennessee


Amo Tennessee Williams e, mesmo tendo aquele medo de digitar o nome dele errado, sempre indico tudo que consumi dele para quem perguntar. Os poucos livros lançados no Brasil (Um Bonde Chamado DEsejo, um livro de contos e outro de um casal gay que está lá na prateleira e eu não vou até lá agora). Seu forte são as peças. Relizadas na década de 50, com o elenco dourado da velha Hollywood, as adaptações de suas peças para o cinema não são menos que incríveis. O próprio Bonde, com Vivien Leigh e Marlon, De Repente no Último Verão, com Liz Taylor e Kath Hepburn, ou Gata em Teto de Zinco Quente, com Taylor e Newman. Todas impecáveis, com seus personagens perturbados e à margem da realidade. Neste domingo descobri uma nova obra de TW (Can I call you TW, dear?): The Glass Menagerie. Foi a obra que, considerada a mais autobiográfica de todas, o tornou hit no teatro americano. Teve duas adaptações para o cinema, não achei nenhuma: em 1950, com Kirk Douglas e em 1987, com direção de Paul Newmann, estrelado por John Malkovich e Joanne Woodward, mulher de Paul e primeira pessoa a ter uma estrela na calçada da fama (Não foi a Bette Davis).
A peça conta a história de Amanda, uma mulher abandonada pelo marido, com dois filhos: Tom (um frustrado escritor que trabalha num depósito para sustentar a casa) e Laura (uma guria aleijada e introspectiva que tem a tal coleção de animais de vidro). Amanda é tão dominadora quanto a mãe de TW, lembra muito a Violet de De repente no último verão, e sufoca Tom (alter ego) de TW. E a pequena Laura está ali, no meio deste duelo, vivendo em seu zoológico de vidro.
Vi uma adaptação ontem com Cassia Kiss, a mulher que matou Odete Roitmann, no teatro. E, num personagem bom, ela entrou para a galeria de atrizes que escondem seu potencial na tela da globo. O espetáculo, chamado Zoológico de Vidro, fica mais um mês no Rio. Vale a pena ver e o restante do elenco é afiadíssimo. E a trilha é incrível. E a iluminação melhor ainda. E eu adorei
PS: A peça foi muitas vezes adaptada no Brasil com o título À Margem da Vida

Sunday, September 27, 2009

É culpa da Meg


Um almoço especial me deu vontade de escrever neste blog de novo. Foi um encontro com a autora americana Meg Cabot. Alta, ruiva e engraçada, Meg foi simpática e ainda disse que amava a minha revista favorita: Entertainment Weekly. Meg e EW têm tudo a ver: não têm medo de se divertir, são inteligentes sem serem presunçosas e tem uma leve pitada gay (eu vi, eu senti, eu notei). Fiquei viciado no blog da Meg (dicas de livro, críticas de filme e um finíssimo humor autodepreciativo que eu amo), leia você também: http://www.megcabot.com/diary/

BTW, se você não trabalha na CAPRICHO, Meg Cabot é autora da série Diário da Princesa, vendeu 15 milhões de livros pelo mundo (800 mil aqui no Brasil). Ah, ela é apaixonada por Clarice Lispector, fala isso em um post de seu blog. Dá pra não gostar dela?

Thursday, February 26, 2009

When you're gone

Amor acaba. Namoro acaba. E alguma memória fica.
Da vizinha e primeira namorada...
O gosto pela música pop, as aulas de inglês que nem pareciam aulas e o doce daqueles doces coloridinhos que a gente comia.
Do Clark Kent do interior paulista...
Minha hoje coletânea completa da Streisand, o cheiro inesquecível de Joop (vermelho!) e a certeza de que um amor platônico não tem futuro.
Do bailarino bobo...
Andar pra frente sem desviar das pessoas (é raro que eu esbarre em alguém hoje em dia!)e saber que a gente não deve mudar para agradar o outro
Do jornalista de óculos de acetato preto...
O prazer do sanduíche de pernil com cerveja, uma coletânea do Radiohead e a descoberta de que até o mais puro amor pode ser destrutivo.

Monday, January 05, 2009

Saia da novela

"Se eu fosse lésbica, minha vida seria muito mais fácil. Só as mulheres me acham interessante". Estava num café, esperando meu filme e lendo uma biografia do Nirvana (acho que estou apaixonado por Kurt Cobain), quando uma jovem, mais ou menos bonita, proferiu essa dramática sentença a uma amiga. Na hora, eu pensei, putz, tá foda mesmo achar um cara, eu sozinho no cinema em plena segundona e essa coitada pedindo uma discografia completa da Ana Carolina. Ô fase, diria meu irmão.
Aquilo ficou na minha cabeça. Cara, alguém pedindo pra mudar a orientação sexual pra salvar a vida amorosa? A última vez que eu quis isso, devia ter uns 13 anos e estava pensando em ser aceito na escola, e só. Acho que a garota estranha (tá, você pensou na Carrie também) só está passando o recado errado na vida.
É óbvio que as mulheres acham-na mais interessante, porque só as mulheres a conhecem de verdade. Como ela é divertida, faz piadas boas e ama ler Jane Austen. Mas aposto que, perto dos homens, ela vira outra pessoa. É possuída por aquela entidade que, na cabeça dela, é bem melhor e muito mais legal do que ela mesma. E a cada saída com o cara, a mais nova Fernanda Montenegro supreende com uma atuação brilhante.
É muito difícil, quando a gente gosta realmente de alguém, resistir a tentação de mudar aquele pouquinho só para agradar o cara. Parece que isso só vai deixar o namoro mais incrível e vocês ainda mais apaixonadinhos. O foda é que, quando fazemos isso, esquecemos de pensar no que a gente está sentindo. Vivemos naquele transe em que somente o que o cara sente e a felicidade dele importam. Quando a ficha cai, a gente já nem lembra as músicas da nossa banda favorita.
É muito mais legal quando o cara já sabe que você bebe demais e que ouve Wando no carro quando está indo pro trabalho. E, ainda sim, gosta de você. Fora amar um filme cult ou um livro do naipe de "Crime e Castigo", eu prefiro sempre dizer a verdade. E deu supercerto pra mim, não é Kurt?