Sunday, July 29, 2007

Tenha uma boa semana


Para um domingo de frio dolorido, foi bom acordar e assistir a Argentina e Uruguai disputando o bronze no basquete masculino, no último dia de Pan. Ainda estou no momento todo argentino é lindo, mas torci para um uruguaio tirar a camisa no fim do jogo hoje. Como um blog gay não é nada sem homens belos, Juan Pablo Silveira inaugura minha galeria. Se joga, bi!

Saturday, July 28, 2007

Alice, pode vir morar aqui!


Sem carinho, sem coberta, no tapete atrás da porta. Só as mulheres inteligentes ficam belas à beira de um ataque de nervos. Alice (Ellen Burnstyn) era a cantora que se casou com um caminhoneiro e tinha um filho espirituoso (palavra estranha, mas não podia repetir o adjetivo inteligente).

Tudo ia bem na vida de Alice, o marido não falava com ela e a vizinha lhe fazia vestidos, um casamento perfeito. Num dia, um caminhão bate e obriga Alice a pegar a longa estrada que a leva até Alice. Um Scorcese de diálogos rápidos e com a participação de Kris Kristofferson.


Thivia

PS: Ellen levou o Oscar de Melhor Atriz por Alice Não Mora Mais Aqui, em 1975. Nunca mais fez um filme legal.

PS2: Kris Kristofferson é o par romântico de Babs em Nasce Uma Estrela, em 1976.

PS3: O filme abre com a versão de Alice Faye para You'll Never Know, primeira música que Babs gravou, em 1955.

Monday, July 23, 2007

Second Hand Rose


Tenho algumas camisas floridas, mas não sou muito de flores. Gosto de margaridas como a minha mãe ou de violetas como a minha avó. Mas, se tivesse que ser uma flor, eu seria uma rosa, em toda a sua obviedade: pétalas perfumadas e espinhos que machucam. Eu sou assim, clichê. Minha voz, meu estilo de vida, a paixão por divas, o cinema de carros parados e cenários móveis. Meu jeito, meu pulso que quebra, o grito fino de susto. Uma rosa barata e clichê, de plástico vagabundo em mesa de secretária. Murcha em vaso de cerâmica, presente da patroa boa. Enfeite na cabeça da criança evangélica num casamento ao meio-dia. Uma rosa qualquer. Hoje, alguém me lembrou que nem rosa qualquer eu posso ser. Não tenho paz nem naquele vasinho medonho, encostado no canto, onde um pirralho se esconde da mãe com o chinelo na mão. Me esfregou na cara o perfume barato e os espinhos falsamente perigosos. Você não é nada, você é uma BICHA. Estou despetalada.
PS: Não acho no You Tube um link para Second Hand Rose.

Sunday, July 22, 2007

Forever and ever


Tenho ingresso para o próximo show de Dionne no Brasil. An? Dionne Warwick, ué. Hum, quem ela é mesmo? Canta todos os sucessos compostos por Burt Bacharach e Hal David. Ah, sucessos...Hey, sucessos sim, nunca cantou Say A Little Prayer For You? Então, é dela. Eu vou. Isso rende um novo post. Minha cantora favorita.


I'll Never Love This Way Again (da segunda fase da carreira, mais brega e mais conhecida. O final é tipo incrível)

Saturday, July 14, 2007

Levando a vida lavanda


Tenho uma brincadeira. Toda vez que estou em uma roda de amigos e alguém fala em casamento, brinco que serei a madrinha (por razões lógicas!) de chapéu lavanda. A cor e o perfume das senhoras dignas e inglesas como Ursula (Judi Dench) e Janet (Maggie Smith) em Ladies in Lavender. Arrumam a cama com perfeição, cuidam do jardim com maestria, fazem todas essas pequenas coisas, em seus vestidos recatados, como se fossem as únicas que realmente têm importância. Só que lá no fundo, elas esperam, sentadas de frente para o mar, uma invasão de vermelho para aquecer suas frias vidas em lavanda. No Brasil, virou O Volinista que Veio do Mar. Assista.


PS: Daniel Brühl, de Adeus Lênin, é o vermelho.

Friday, July 13, 2007

Funny G (girl, guy, gay)


"People, people who need people". Qual a bicha não reconheceria esse começo de música, ainda que cantado em aramaico? Tudo bem, deixa eu fazer a militante: com exceção das bichinhas perseguidas pelo regime cubano ou comendo areia no Afeganistão (Ufa, fico mais aliviado). Streisand é patrimônio nosso. Aquele nariz, aquele cabelo meio altinho e com franja das americanas, as unhas compridas, é tudo nosso.

Está achando que é mais um post frio, né? Feito em dia ruim. Tsc, tsc, tsc. Eu tenho um furo! Uma descoberta que vai me colocar na Calçada da Fama da blogaria gay do Brasil, há quem diga (eu!) do mundo. *Toca a música da Fox que antecede os filmes da Bette*.

Você acha que Barbra é um coisa gay porque ela fez musicais? Não é. Porque ela fingiu ser homem em Yentl? Não é. Porque ela não era nenhuma Liz Taylor e, mesmo assim, ficou trilhardária? Não é.

Depois de trabalho árduo de pesquisa e de ter ouvido fontes próximas ao presidente (pensa que é só a Folha que pode?), descobri neste vídeo que Streisand tem um número da sorte: 24. Seria redundante um explicação.


Eu não inventei, veja


Saturday, July 07, 2007


Ser um adolescente gay era fazer adaptações. Os testes da Capricho não eram planejados para você, mas com um jeitinho, dava para fazer com as amigas de escola e descobrir mais sobre si mesma, ops, mesmo. As revistas de sacanagem hétero (aquelas do seu pai ou do seu irmão) traziam sempre um cara que pegava/tocava/roçava no pau diante de uma vadiáina. Era excitante, num tempo de muitos mimiógrafos e pouca internet.

Com as Spice Girls também foi assim, com uma pitada de pêlos e roupas melhores para Sporty Spice, fiz (e muitos outros fizeram) a minha versão do Girl Power, o Gay Power. Deve ser por isso que o retorno delas me deixou confuso: era ruim ou era boa aquela época?


Monday, July 02, 2007

Meu dia de glória


Um pulinho no Rio para uma entrevista sempre pode virar uma noite mal dormida no Santos Dumont. Falamos de Brasil, falamos dos descontroladores de vôo. Mas tentar dormir numa cadeira de 30 cm de largura ao lado de uma japa (provavelmente alcoolizada) que capotou madrugada a dentro era pagamento. Deus não dá aos pobres sem cobrar com juros.

Pela manhã, ainda em Congonhas, tive o prazer de passar perto, de ver com os próprios olhos o maior galã (sim, galã é a melhor palavra para ele) da televisão brasileira: Tarcísio Meira.

Rosto franzido, bigode digno, altura de homem bonito. Vestia sobretudo cinza e carregava uma mala preta. Procurava alguém, não a mim, talvez procurasse a Glória. Tive vontade de dizer oi, tive vontade de virar uma típica adolescente histérica diante do seu ídolo maior, um clone de menudo qualquer. Sobrou respeito, mas faltou coragem, irmão.

Último capítulo do clássico de Tarcísio. Quem precisa de Tyrone? Quem precisa de Cary?