Saturday, December 22, 2007

Vou a pé


Tem coisa que acontece com a gente porque tem que acontecer. É, a explicação é barata e mais velha que Minancora (mas as duas eram muito queridas pela minha avó, a que eu gostava). Primeiro dia de férias, primeira manhã longe do telefone, um grandissímo filho de uma puta bate no meu carro parado, em frente a minha casa. Saí e me abracei ao bichinho e, entre lágrimas, o agradeci por suas agonias ao subir a Rebouças com o ar condicionado ligado. Só consegui lembrar que ele é o único investimento que um dia fiz na vida. Chorei pelo dinheiro. Depois de um copo de água com açúcar (sim, fui bem viado, dei show na vizinhança), passei uma "agradável" tarde na delegacia. A delega virou minha "sista" e vou ter que levar um Capricho pra ela. Como sempre, meu pai cuidou de tudo, de mim, do carro, do boçal. Meu pai não pode acabar nunca.
ah, meu carro só fica pronto em 2008 (se ficar)

Sunday, December 09, 2007

So sweet


Se tem uma coisa que me deixa feliz é ouvir Bacharach ao piano enquanto Dionne canta. Tenho descoberto novas preciosidades dos dois (na verdade, eles formavam um trio com o letrista Hal David nas décadas de 60 e 70). Esse vídeo aí embaixo é um encanto, eles estão gravando a música Loneliness Remembers, que está no álbum I'll Never Fall in Love Again.






Sunday, December 02, 2007

Parece sacanagem (e não é)


Esse vai ser um post difícil. Vou ter que confessar que achei uma locadora pornô gay ótima para não perder a piada. Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca consumiu esse tipo de artigo pelo menos uma, ou duas, até três vezes na vida. E alugar fita pornô (aquele que fala como se tivesse vídeo-cassete ainda) é sempre uma situação complicada. É preciso uns três rompantes de coragem. O primeiro é entrar na locadora e admitir uma necessidade (que é supernormal, gente!). O segundo é revelar, em público, a sua fantasia mais íntima ao escolher o filme dos marinheiros que só usam lenço vermelho e chapéu. O terceiro é conseguir levar a tal fita até o caixa e pagar dignamente, sem cara de punheteiro, o que vale a locação. Mas tudo isso fica muito mais fácil quando a atendente é loira, com mais de 60 anos e tem duas bitucas de cigarro apagadas em um cinzeiro. Aí, eu estava em casa.

Sunday, November 25, 2007

As pessoas erradas que amamos

Vi num filme. Katharine Hepburn é uma mulher incrível capaz de praticar todos os esportes imagináveis. Só que, toda vez que o noivo dela está por perto, ela começa a jogar tênis ou qualquer outra modalidade esportiva como se fosse eu: pavorosamente.
Bom, você (tem alguém aí ainda?) vai querer simplificar minha teoria e se adiantar dizendo que ela só faz isso porque não se sente à vontade com o cara, por isso, ele não é o par ideal para ela. E toda a minha explicação sobre as pessoas erradas que amamos acabaria bem aqui nesse parágrafo.
Nada disso. Vou tentar ir mais longe. Ela gosta dele. Ele gosta dela. No filme, claro. Mas ela piora quando ele está por perto. Assim: é como ter um all star lindo que não cabe no seu pé. Por mais que você goste, nunca vai dar para calçá-lo sem sofrimento. Tá vendo? O problema não é o seu pé e, sim, o all star errado.
ps: by the way, o filme é Pat & Mike. Kath divide a tela com Spencer Tracy. Eles merecem um post só para eles.

Monday, November 12, 2007

20 e 25

Sobre a diferença de idade...

20 - adorei te beijar....(quer dizer: foi legal, mas estou a fim de rodar por aí)

25 - eu também, você tem um sorriso lindo...(quer dizer: eu até apresentaria você pra minha família, apesar da idade)

20 - putz, tenho que procurar meu irmão..(quer dizer: ainda é uma da manhã, eu tenho muita boca pra beijar)

25 - vai lá.....(quer dizer: não foi dessa vez)

Thursday, November 08, 2007

Mas não me arrependo

O olho nem era tão verde. A mão nem era tão grande e bonita. O papo era fraco. Com gestos desajeitados pediu um abraço no cinema. Respirando bem perto, pediu um beijo de despedida. Não era o que tinha visto da última vez quando havia alguns goles de vodka a mais e uns mil watts de luz a menos.
As piadas nem eram tão boas. Os all stars nem eram tão cools. O papo sobre trabalho era entediante. Fugiu para o lado direito fingindo prestar atenção no filme. Deu uma última tragada no cigarro para manter a distância entre os narizes. Não era nada do que havia mostrado da última vez quando ria muito mais à meia luz.
Não gostei e sabia que não ia gostar quando repeti a camiseta do primeiro encontro. Já foi.

Tuesday, November 06, 2007

Em paz

Tive, como de praxe, aqueles 5 minutos de birra com a minha profissão. Odiei cada entrevistado, cada assessor, cada pergunta que eu poderia ter feito. Tanto ódio me deu dor de cabeça, vontade de ser dentista. Aí, eu fiz um título legal e tudo passou. Das duas uma: ou estou tentando me enganar ou me abalo por pouco. Preciso de novas coronárias.

Sunday, November 04, 2007

Você prometeu...

Vou falar de coisa séria. Vou falar de pra sempre. Dificilmente, tenho a sensação de que algo é eterno e, há mais ou menos 10 segundos, percebi que não era melhor do que os outros mortais por ter descoberto isso. É óbvio que nada é pra sempre. E, mesmo já sabendo disso, ontem tive aquela sensação verdadeira, que dura alguns minutos, de que uma coisa é pra sempre. Te olhei, ri pra dentro (e depois pra fora) e perguntei (de novo pra dentro): "promete ser meu amigo pra sempre?". Você sorriu. Era pra sempre.

Monday, October 29, 2007

Eu não recomendo

Se, um dia, estiver à noite ainda no trabalho e não quiser pensar mais em nada, eu NÃO recomendo (atente-se ao caráter negativo da frase) entrar no orkut de pequenos passados. Muito menos daqueles que tinham algum potencial de dar certo. Você pode ter a sorte de descobrir que alguns deles, os mais legais, estão com pessoas tão legais quanto você. E aí, haja superioridade de espírito, amigo.
Chora Elis, chora...

Sunday, October 21, 2007

Recomeço (agora pra valer)

Foi um começo que me fez recomeçar este falido blog mais uma vez. Encontrei um cara, em mais uma noite qualquer, que olhou pra mim e disse: "lembra daquele dia? Foi meu primeiro beijo". Fiquei sem resposta. Mais tarde, rolou uma vaidade, sou o começo de alguém pra sempre. Mais tarde ainda, ou seja, mais cedo, achei aquilo bonito e meio inocente. Aí, depois, me deu uma puta raiva porque vou ter que procurar uma tal de Vanessa se quiser fazer o mesmo.
É melhor eu ter mais cuidado com os meus começos...

Sunday, September 02, 2007

Dá tempo

Lá se foi mais um domingo. Li as duas Vejas, a pequena e a grande. Li a Folha. Li Nelson. Queria te ver, mas me acostumei com os domingos em que não vejo ninguém. É só desligar o celular, que o mundo me esquece. Todo mundo sabe que eu sou assim, mas será que você vai entender? Se eu jurar que queria ligar, você vai acreditar? Vai me chamar pra mais uma pizza com cinema no meio da semana? Vai me dar um beijo tímido na Augusta deserta? Vou ligar, vou ligar para explicar tudinho...

Saturday, August 25, 2007

Como uma gueixa

O que é isso? Um tic-tac? Um mentex? Uma canjica? Não, é HH perdendo a paciência (como sempre) e a dentição (nunca visto antes). Compre um leque, companheira, e faça a japonesa!

http://www.youtube.com/watch?v=iTr5Wnp-ScM&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Eyoutube%2Ecom%2Fv%2FiTr5Wnp%2DScM

Thursday, August 23, 2007

Hahaha

Quando não tiver o que dizer, faça uma piada
Quando não tiver a quem dizer, faça outra piada
Quando não tiver o que dizer e a quem dizer, faça uma ou outra piada sobre si mesmo
Sempre haverá platéia para esse tipo de espetáculo!

ass: Mulher barbada com a gilete na mão

PS: Era uma vez um blog que voltou a ser. Leia.

Sunday, July 29, 2007

Tenha uma boa semana


Para um domingo de frio dolorido, foi bom acordar e assistir a Argentina e Uruguai disputando o bronze no basquete masculino, no último dia de Pan. Ainda estou no momento todo argentino é lindo, mas torci para um uruguaio tirar a camisa no fim do jogo hoje. Como um blog gay não é nada sem homens belos, Juan Pablo Silveira inaugura minha galeria. Se joga, bi!

Saturday, July 28, 2007

Alice, pode vir morar aqui!


Sem carinho, sem coberta, no tapete atrás da porta. Só as mulheres inteligentes ficam belas à beira de um ataque de nervos. Alice (Ellen Burnstyn) era a cantora que se casou com um caminhoneiro e tinha um filho espirituoso (palavra estranha, mas não podia repetir o adjetivo inteligente).

Tudo ia bem na vida de Alice, o marido não falava com ela e a vizinha lhe fazia vestidos, um casamento perfeito. Num dia, um caminhão bate e obriga Alice a pegar a longa estrada que a leva até Alice. Um Scorcese de diálogos rápidos e com a participação de Kris Kristofferson.


Thivia

PS: Ellen levou o Oscar de Melhor Atriz por Alice Não Mora Mais Aqui, em 1975. Nunca mais fez um filme legal.

PS2: Kris Kristofferson é o par romântico de Babs em Nasce Uma Estrela, em 1976.

PS3: O filme abre com a versão de Alice Faye para You'll Never Know, primeira música que Babs gravou, em 1955.

Monday, July 23, 2007

Second Hand Rose


Tenho algumas camisas floridas, mas não sou muito de flores. Gosto de margaridas como a minha mãe ou de violetas como a minha avó. Mas, se tivesse que ser uma flor, eu seria uma rosa, em toda a sua obviedade: pétalas perfumadas e espinhos que machucam. Eu sou assim, clichê. Minha voz, meu estilo de vida, a paixão por divas, o cinema de carros parados e cenários móveis. Meu jeito, meu pulso que quebra, o grito fino de susto. Uma rosa barata e clichê, de plástico vagabundo em mesa de secretária. Murcha em vaso de cerâmica, presente da patroa boa. Enfeite na cabeça da criança evangélica num casamento ao meio-dia. Uma rosa qualquer. Hoje, alguém me lembrou que nem rosa qualquer eu posso ser. Não tenho paz nem naquele vasinho medonho, encostado no canto, onde um pirralho se esconde da mãe com o chinelo na mão. Me esfregou na cara o perfume barato e os espinhos falsamente perigosos. Você não é nada, você é uma BICHA. Estou despetalada.
PS: Não acho no You Tube um link para Second Hand Rose.

Sunday, July 22, 2007

Forever and ever


Tenho ingresso para o próximo show de Dionne no Brasil. An? Dionne Warwick, ué. Hum, quem ela é mesmo? Canta todos os sucessos compostos por Burt Bacharach e Hal David. Ah, sucessos...Hey, sucessos sim, nunca cantou Say A Little Prayer For You? Então, é dela. Eu vou. Isso rende um novo post. Minha cantora favorita.


I'll Never Love This Way Again (da segunda fase da carreira, mais brega e mais conhecida. O final é tipo incrível)

Saturday, July 14, 2007

Levando a vida lavanda


Tenho uma brincadeira. Toda vez que estou em uma roda de amigos e alguém fala em casamento, brinco que serei a madrinha (por razões lógicas!) de chapéu lavanda. A cor e o perfume das senhoras dignas e inglesas como Ursula (Judi Dench) e Janet (Maggie Smith) em Ladies in Lavender. Arrumam a cama com perfeição, cuidam do jardim com maestria, fazem todas essas pequenas coisas, em seus vestidos recatados, como se fossem as únicas que realmente têm importância. Só que lá no fundo, elas esperam, sentadas de frente para o mar, uma invasão de vermelho para aquecer suas frias vidas em lavanda. No Brasil, virou O Volinista que Veio do Mar. Assista.


PS: Daniel Brühl, de Adeus Lênin, é o vermelho.

Friday, July 13, 2007

Funny G (girl, guy, gay)


"People, people who need people". Qual a bicha não reconheceria esse começo de música, ainda que cantado em aramaico? Tudo bem, deixa eu fazer a militante: com exceção das bichinhas perseguidas pelo regime cubano ou comendo areia no Afeganistão (Ufa, fico mais aliviado). Streisand é patrimônio nosso. Aquele nariz, aquele cabelo meio altinho e com franja das americanas, as unhas compridas, é tudo nosso.

Está achando que é mais um post frio, né? Feito em dia ruim. Tsc, tsc, tsc. Eu tenho um furo! Uma descoberta que vai me colocar na Calçada da Fama da blogaria gay do Brasil, há quem diga (eu!) do mundo. *Toca a música da Fox que antecede os filmes da Bette*.

Você acha que Barbra é um coisa gay porque ela fez musicais? Não é. Porque ela fingiu ser homem em Yentl? Não é. Porque ela não era nenhuma Liz Taylor e, mesmo assim, ficou trilhardária? Não é.

Depois de trabalho árduo de pesquisa e de ter ouvido fontes próximas ao presidente (pensa que é só a Folha que pode?), descobri neste vídeo que Streisand tem um número da sorte: 24. Seria redundante um explicação.


Eu não inventei, veja


Saturday, July 07, 2007


Ser um adolescente gay era fazer adaptações. Os testes da Capricho não eram planejados para você, mas com um jeitinho, dava para fazer com as amigas de escola e descobrir mais sobre si mesma, ops, mesmo. As revistas de sacanagem hétero (aquelas do seu pai ou do seu irmão) traziam sempre um cara que pegava/tocava/roçava no pau diante de uma vadiáina. Era excitante, num tempo de muitos mimiógrafos e pouca internet.

Com as Spice Girls também foi assim, com uma pitada de pêlos e roupas melhores para Sporty Spice, fiz (e muitos outros fizeram) a minha versão do Girl Power, o Gay Power. Deve ser por isso que o retorno delas me deixou confuso: era ruim ou era boa aquela época?


Monday, July 02, 2007

Meu dia de glória


Um pulinho no Rio para uma entrevista sempre pode virar uma noite mal dormida no Santos Dumont. Falamos de Brasil, falamos dos descontroladores de vôo. Mas tentar dormir numa cadeira de 30 cm de largura ao lado de uma japa (provavelmente alcoolizada) que capotou madrugada a dentro era pagamento. Deus não dá aos pobres sem cobrar com juros.

Pela manhã, ainda em Congonhas, tive o prazer de passar perto, de ver com os próprios olhos o maior galã (sim, galã é a melhor palavra para ele) da televisão brasileira: Tarcísio Meira.

Rosto franzido, bigode digno, altura de homem bonito. Vestia sobretudo cinza e carregava uma mala preta. Procurava alguém, não a mim, talvez procurasse a Glória. Tive vontade de dizer oi, tive vontade de virar uma típica adolescente histérica diante do seu ídolo maior, um clone de menudo qualquer. Sobrou respeito, mas faltou coragem, irmão.

Último capítulo do clássico de Tarcísio. Quem precisa de Tyrone? Quem precisa de Cary?



Thursday, June 28, 2007

Inacreditável

A polêmica em torno da bichinha que usa chuteira já inaugurou a temporada de boçalidades entre a turma do preconceito. Prefiro achar que os comentários são apenas falta de informação daqueles que andam se pronunciando pela mídia sobre o babado.
Depois que a mãe do suposto jogador alegou que seu filho não era O gay do campeonato paulista porque o fofo era "normal", o empresário do boleiro entrou feito zagueiro europeu, com este belíssimo carrinho, na Folha Online. Ui, minha canela.

"Quem não deve não teme. Não existe a mínima possibilidade de esse jogador ser o fulano. Conheço a família dele, sua índole e seu caráter há 11 anos, desde que ele começou a jogar", disse a zaga.

Não acredita? Veja com seus próprios olhos
http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u307846.shtml

Saturday, June 23, 2007

testando


Desconsolada




Aconteceu ontem...


- Rê, estou com medo. Vamos voltar andando do teatro Gazeta até a Augusta depois da meia-noite?
- Ai, Thi, somos um casal hééétero, ninguém vai fazer nada com a gente!
Minha amiga, sempre menos apavorada do que eu. Ela sempre foi. Quando éramos jovens (em idade gay), 20 recém-completos, subíamos e descíamos a Paulista sextas, sábados, domingos ou feriados. Rê não se abalava. Bêbados, alegres ou beijados (por outros e outras, tá). Nunca aconteceu nada, acho que porque Deus protege quem bebe.
Pois acho que esse Deus está de férias e São Sebastião anda ocupado contando o número de participantes da última parada gay (800 mil? 3,5 milhões? Conta ou não conta o francês?). No blog do Ripardo ou na Folha, toda semana, sai uma nota sobre alguém que foi agredido na região da Consolação, aquele cantinho que nos resta para andar de mãos dadas ou dar pinta. Ai, bee, para quem eu ligo pra reclamar?
Última notícia que li (hoje) e que venceu a minha preguiça de escrever este post

Thursday, June 21, 2007

Alegre, mas quase triste


Acordei com uma alegria meio triste. Feliz porque queria me apaixonar, faz tempo que não tenho essa vontade. Triste porque não sei por onde começar. Mais tarde eu mando uns currículos...

Thursday, June 14, 2007

Os homens preferem as loiras?


Eu sou para casar súper. Verdade. Boa lataria, conteúdo okay. Falo um idioma e meio (inglês) e comecei outro (espanhol). Trabalho e me visto bem, meus amigos dizem pelo menos. Até emagreci nos últimos dias e comecei a usar o cabelo raspado, que me favorece.

Sou bem engraçado e aprendi a comer pouco, ou seja, bem econômico em restaurantes por quilo. Minha profissão é legal e rende bons assuntos, hoje mesmo eu entrevistei o Latino. Olha que interessante. Meu calçado favorito é All Star, nem mato por moda, sempre usei mesmo. Um presente bem barato. Eu posso ser mais chato para chocolate, mas topo um meio amargo de qualidade inferior. Sério.

Posso ligar dez vezes ao dia ou passar uma semana sem dar notícias. Mas isso nem é tão grave, vai! Demonstra intensidade, em maior e menor grau. Posso ouvir rock ou falar um pouco mais baixo para agradar. Mas os CDs da Barbra eu vou manter no meu quarto. E não vou abrir mão de cantar no carro. Minha voz nem é tão ruim. Não, isso nem meus amigos dizem.

Minha experiência é pouca. Pedra bruta, fácil de lapidar. Nada de jóia rara, não vou ficar do jeito que é para ficar. Não serei diamante, o melhor amigo de qualquer garota. Nem quero. Quero ficar assim, um pouco eu, um pouco quem chegar...
PS: em tempo...Feliz dia dos Namorados!



Monday, June 11, 2007

Mostra a sua cara


Na segunda-feira pós-parada gay, São Paulo amanheceu assim, cheia de fumaça, sabe? Dizem que nos Jardins nem bicha com visão raio laser caminhava pela manhã. Minha mãe, muito mais esperta do que eu, entre uma colherada de feijoada de ontem e um gole de suco, sacou de pronto: "meu filho, são os viados sem celular tentando se comunicar".

Não fosse a gripe que me pegou, eu estaria fazendo sinal de fumaça para falar com as amigas também. Peraí, deixa eu fazer logo a piada das bichas queimando a rosca para se comunicar antes que você a faça. Pronto, isso já valeu o péssimo começo do meu texto. Voltando ao assunto...

Não, William, não quero transformar 3 milhões e meio na avenida no caso do celular roubado. É importante, foi legal, apesar de ter fugido do controle da polícia. É que o roubo do meu celular foi muito engraçado.

Atravessava a Paulista, depois da solenidade de abertura (adoro o momento hino nacional, me visto só pra isso), para encontrar um amigo já sem celular, quando aquela multidão me apertou. Puxei todo meu arquivo de idéias de classe média, meu sonho da casa própria, meu etéreo C 3 prata, olhei pra biba mais feia que me provocava enquanto me empurrava e gritei: "Passa logo, bicha nojenta". Ela sorriu. Com uma mão, tocou meu rosto, com a outra, bem...digamos que ela não estava interessada no meu imenso pau...

Sim, nossa parada é a maior do mundo e tem a nossa cara desigual. Bicha fina assiste ao babado do apê da amiga, lá na cobertura, e deixa a avenida para a galera ir à forra. E eu? Bom, eu vou curtir a do ano que vem pela televisão. Parada, eu vou te trair (não vou te trair).




Tuesday, May 29, 2007

Sorriso maroto


Fui de colar de pérolas a pipocas enfileiradas em terreiro de macumba. Sisos malditos!Lá se vão sete anos de aparelho ortodôntico. Justo agora, em que os nerds colhem os frutos da humilhação colegial, eu resolvi embarangar. Mais fácil colher trufa em Cuiabá.

Wednesday, May 23, 2007

Não foi refrescante

Achei um halls sabor tristeza. Estava desembrulhado e solto no bolso de um jeans que nem é o meu favorito. Acreditava que todas essas balinhas tivessem acabado. Elas têm gosto de vazio e tiram o sono. Será que era a última com sabor extra forte? Não quero encontrar outra. Vou parar de usar calças.

Thursday, May 17, 2007

Twenty-five going on twenty-six




É hora de fugir do convento. Faz tempo que eu faço tudo errado: falto à missa, canto músicas pagãs e, obviamente, não vejo meus amigos. Mas não apareceu uma Madre Superiora desgraçada para me expulsar daqui. Mais uma vez, estamos eu e meu vestido comprido em frente ao portão. E aí, Maria? Pra onde eu vou?
Eu nunca quis ver que o mundo era maior do que meu canto, aqui no convento. Às vezes, eu escalava uma ou outra montanha e cantava sobre as asas dos pássaros. E via todo aquele mundão grande me encarando. Também via casas e pessoas pequenas, o que me confortava. Logo, o ar e o sol ficavam intensos demais. Eu tinha que descer, eu precisava voltar para a proteção do convento.
Agora, estou pela milésima vez com a chave na mão. Há milhares de militares aposentados com sete filhos para criar me esperando lá fora. Assim como há condessas malvadas para me prejudicar. Mas desta vez, eu quero jogar a chave fora e pular muro. Para nunca mais voltar.



Are the hills really alive? (abertura de The Sound of Music)

http://www.youtube.com/watch?v=kPvWXfkjyEQ


Sim, todos nós ficamos mais velhos! (Sixteen going on seventeen)

http://www.youtube.com/watch?v=jH1HwY5Xznc&mode=related&search=

Sunday, May 13, 2007

A engraçada e a malvada


Passei o fim de semana em retiro espiritual. Os amigos mais chegados sabem o que isso significa: o chato do Thiago ficou mais uma vez em casa, ele tem preguiça de humanos e vai morrer sozinho num pequeno apê alugado.

Para ocupar o tempo, me dediquei a uma batalha perdida: disputar com Bette Davis quem fumava mais cigarros. Para cada tragada de Margo Channing em A Malvada, eu respondia com uma outra diretamente do mundo real (porém chato) dos vivos. Não preciso dizer quem ganhou...

Derrotado, mas não abalado, pois perder para Bette é uma honra, marquei um encontro com outra fumante, na mesma tarde, Lucille Ball. Era o sábado "Abaixo ao Pulmão". Em The Lucy Show, Lucy estava mais velha, porém já colorida. Bom poder ver sua marca registrada, os cabelos ruivos (originalmente castanhos). Ruim vê-la repetindo tudo que havia feito de bom em I Love Lucy, na década anterior. As mesmas caretas, as pernas compridas desajeitadas e o choro rouco (cof cof) e histérico.

Ainda sim, Lucy era engraçada e arrebataria mais uns Emmys (premiação que, assim como as outras, foi criada para deixar gays em casa pelo menos por uma noite) com este seriado. Seu estilo influenciou uma porrada de gente como Fran Drescher, que colou descaradamente em Lucy com seu The Nanny, ou Debra Messing, que a usou moderadamente em Will & Grace.

O mais engraçado é que Lucille não se achava nem um pouco engraçada. Passou a década de 1940 inteirinha tentando ser atriz em Hollywood e acabou virando rainha dos filmes B. Não a culpo. Deve ter sido traumatizante ser uma adolescente ofuscada na escola de teatro por uma jovem de olhar inconfundível chamada Bette Davis. A malvada tinha criado a engraçada e eu nem sabia. Foi um ótimo sábado.

Sunday, May 06, 2007

Fast and deep food

Data real do post: última quarta-feira (acho que dia 2 de maio)
Fui jantar com a Beta no Mc. Foi ótimo. Ela fala, eu entendo. Eu falo, ela entende. Nós falamos, as pessoas riem. Humor autodepreciativo (acho que está certo, automóvel é tudo junto!) de qualidade é para poucos. Que eles aprendam, Beta!
Sugestão de plano B ao jornalismo: poderíamos trabalhar numa fábrica de bombom, que tu (querendo se integrar) achas?

Tuesday, May 01, 2007

On the other hand...

O otimismo do texto aí embaixo me deixou meio enjoado. Fiquem agora com um pouco de mundo real!

A vida como ela é
Última balada, último sábado. Quatro e meia da manhã e não havia pintado nada. Uma mão enrosca na outra, hora de parar. Altura? ok. Cabeça raspadinha? ok. Braços, pernas, boca? Muito, muito ok.
Calma, quem me conhece já está gritando: "esse não é o mundo real de Thiago, ele não pega ninguém!", mas o melhor está por vir. Alimente seu sadismo com esse trecho do diálogo pós-pegada com o parrudinho.
P - Quantos anos você tem?
T - 24! Ops, quer dizer, acabei de fazer 25. (mentir a idade é sinal de velhice)
P - Nossa, você parece tão novinho.
T - Ah... (bebe mais um gole de vodka)

Aqui, nos esforçamos para melhor servi-lo, caro leitor!

Vídeo da Cher aos 30. Um ícone da luta contra o envelhecimento tirano. Such a cute song too!
http://www.youtube.com/watch?v=FoLuekOt9wE

Now, It's too late, baby!

Essa música da Carole é ótima, né? Mas a sensação de que o tempo havia passado rápido demais ficou para trás ontem. Depois de completar 25 anos, no último dia 19 de abril, fiquei com aquele gosto amargo na boca de que deveria ter trepado mais, comido menos, viajado mais e toda a infâmia imortalizada naquela canção infame do Titãs. (Aha, agora ela vai ficar na sua cabeça!).
Gente, mas a ciência está aí para quê? Olhem Cher, vejam a Hebe e Miss Potter então? Assisti ontem. Ser descoberta autora aos 32, ter o primeiro amor inocente (aquele que dá errado, sabe?) aos 32...Isso me dá mais sete anos, tão místico.
Pronto, virei a ampulheta e estou pronto para novas aventuras. Alguém quer ser a Thelma? Faço mais a linha Susan Saradon, sabe...

Vídeo da Carole King, a música é muito mais bonita do que este post. E não tem nada a ver com ele.
http://www.youtube.com/watch?v=elbbTji-auY

Sunday, April 29, 2007

Diana, a pregadora

Não. Não é um trocadilho com a Diana, a caçadora, da mitologia ou da Caverna do Dragão. Mas ainda assim falamos de uma deusa. Chamar cantoras de deusa é tão gay. Meninas, olhos abertos se qualquer garotão lhes fizer esse tipo de elogio ou constatar algo como "você é elegante!". Não criem esperanças, é pura inveja do corpinho de vocês, ok?
De volta ao ponto inicial, que é muito mais poético, falava de Diana Ross, the supreme! (preciso me controlar). Descobri uma nova velha cantora. Sou um cara que gosta de novas-velhas descobertas. Nunca gostei de Diana, voz pequena e final de carreira estilo Baby Jane Hudson: crazy and drunk. Só isso explica aquele mesmo cabelo aos 60 anos.
O começo de carreira com o The Supremes é fabuloso, vocais, coreografias e vestidos maravilhosos (You Keep Me Hanging On é tipo de outro mundo!). E a fase disco tem seus bons momentos. Diana não foi nenhuma Donna Summer, mas imortalizou o momento mais gay da música pop com I'm Coming Out (não ouviu, bi? Coragem, bota pra mãe bilingüe ouvir que ela vai entender tuuudo). E é justamente a primeira música desta fase disco que me fez escrever esse tópico. Sim, sou prolixo e se você não desistiu até agora é porque tá a fim de saber como acaba...
Uma regravação de um clássico de Marvin Gaye e Tammi Terell, Ain't No Mountain High Enough, foi o primeio passo de Diana na disco, em 1970. Sem entrar de corpo inteiro no glamour barato do estilo, a versão dela é quase que inteiramente falada. Diana entra miando versos como just call my name, I'll be there in a hurry, on that you can depend and never worry. Amor Casas Bahia: dedicação total a você, sabe? Mas foi na segunda parte da pregação que ela me pegou, quando demonstra desapego total, amor sem cobrança e sem nota fiscal. Me rendeu umas boas (e elegantes) lágrimas ao volante. Tive que fazer 25 para aprender que amar é libertar quando acaba e querer ser livre sempre. Hallelujah, Diana!
Achei a música no You Tube! É a música mesmo, não é um vídeo
Essa é a versão original, com Marvin e Tammi:
Vídeo de I'm Coming Out (vai ter que suportar toda a parafernália diva, ela sempre teve muitos fãs gays, gente!):

Tuesday, April 10, 2007

Precisa-se

Uma das coisas que tem mais me incomodado nos últimos dias é aquilo lá, gente. Estou parecendo aquelas bonequinhas da década de 80 que só tinham um texto: "Mamãe, etc etc etc". Como sou muito boazinha e não levo mágoa dessa vida, quero contratar, incluindo almoço, um frila bonito (na concepção européia da coisa, muito imitada pela Dove agora!) para atualizar este blog aqui. Quem sabe se dando aos pobres eu não recebo de Deus em dobro. Candidatos?
bj
th
PS: a forma de pagamento está implícita nesta mensagem.

Thursday, March 22, 2007

Sushi and the city

Eu acho (actually, I'm quite sure!) que eu e alguns bons e já velhos amigos achamos um canto muito simpático (esse adjetivo me lembra o do extremo sul) para botar o papo em dia. Me fez pensar no Coffe Shop, onde a pentelha da Carrie ia reclamar do Big para as outras três personagens muito mais engraçadas do seriado. Recentemente, o tal boteco foi fechado pelas autoridades sanitárias de Nova York, algo relacionado à conservação de hambúrgueres. Meus amores, espero que o nosso japa tenha mais cuidado com os sashimis de salmão.
Luv ya
Charlotte

Sunday, March 04, 2007

Hoje é domingo

Quando o seu sorriso pareceu parar, percebi que o meu nunca mais seria o mesmo se isso realmente acontecesse. Ainda não estou preparado, acredito que nunca estarei. Nossa brincadeira de domingo não é essa, lembra? Você faz bruxarias na cozinha, enquanto eu peço para o tempo nunca passar...

Tuesday, February 27, 2007

O dia em que flertei com Cauby

Gente, o delay neste blog é marca registrada. No carnaval deste ano, depois de meses de espera, fui assistir ao show de Cauby Peixoto no Bar Brahma. Um homem que conquistou o direito de usar brilhos e peruca na esquina da Ipiranga com a São João ou em qualquer lugar do planeta. Fiquei em pé ouvindo Bastidores e chorei, chorei até ficar com dó de mim.

Friday, February 23, 2007

Baby, one more time

Uma vez, estava numa ponta de estoque da Ópera Rock(is this a crime?) e tirei meu belíssimo casaco para experimentar uma camisa. Foi quando o cara (adendo importante: feio) ao meu lado decidiu comprar meu casaco. "Hey, esse aí é bem bonito, mas não está à venda", gritei. Difícil ter o gosto apurado neste mundo de clones. Esta semana fui surpreendido pela cabeça raspada de Britney Spears. Exatamente sete dias depois do meu novo visual Sinead O'Connor? Não venham me dizer que foi coincidência...

Monday, February 19, 2007

Be a queen!

Não dá para evitar. A atuação de Helen Mirren em A Rainha é contagiante. Confesso que saí da sala de cinema muito fina, como se estivesse de salto, e que nunca havia engatado a primeira marcha do meu carro com tanta elegância. Meu palio virou um rolls royce real. Olhei o semáforo com desprezo e os pedestres como suditos. Foi quando meu jeans apertou na barriga (prazer, meu nome é Mac, Big Mac) e tocou uma música da Zizi Possi no rádio. Droga, eu nunca vou ganhar um Oscar!

Saturday, January 13, 2007

Okay! O trocadilho é infame, por isso mesmo irresistível. O viado que veste Zara, não veste Prada e, dependendo do mês, faz a festa na Renner. Baladas muito conceituais, com musica eletrônica alemã e litros de água para não prejudicar o tanquinho (olha, mais um trocadilho, deixo pra uma bicha sarada escrever um blog sobre esse!) estão fora de cogitação. Já que vai comprar o CD da Barbra Streisand, pelo menos coma e beba que nem homem: arroz, feijão e cerveja!
Fora a menção a big loja de departamento, que está sendo feita em troca de absolutamente nada, apenas por consideração aos preços honestos por ela praticados, o título deste blog não deixa de ser uma homenagem à Meryl. Que paulistano solitário não trocaria todos os dias médios de sua vida por aquela semana de Francesca em As Pontes de Madison? Ou por algum daqueles casacos que Miranda joga deliberadamente na cabeça de sua assistente? Um dia vou ser editor só para fazer aquilo....
Não gostaria que o cinema começasse a dominar a temática do diário eletrônico. É, acho que vai ser um diário mesmo. Mas O Diabo Veste Prada, livro e filme, estão bem longe de ser meus favoritos. Pronto, prometo ser a última explicação para a escolha do título!
Até que para um sábado vazio, três parágrafos mostram certa criatividade, não acha? (É preciso muita baixa auto-estima para tentar desesperadamente falar com alguém que não se sabe ao certo se existe!). Welcome! Diria um ex...